Plano de ação para a Igualdade Entre Mulheres e Homens
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Garantir uma governança que integre o combate à discriminação em razão do sexo e a promoção da igualdade entre mulheres e homens (IMH) nas políticas e nas ações.
- Reforçar os dispositivos promotores da perspetiva da IMH na Administração Pública (AP)
- • Integração da perspetiva de género (mainstreaming) em estratégias e planos setoriais.
- • Disseminação das boas práticas de IMH nos serviços e organismos da AP.
- • Campanhas de informação e sensibilização relativas à ENIND e seus planos e medidas.
- • Estudo sobre a situação das mulheres nas forças de segurança.
- • Realização de ações de sensibilização tendo em vista aumentar o n.º de mulheres nas forças de segurança (em articulação com o Plano de Prevenção de Manifestações de Discriminação nas Forças e Serviços de Segurança).
- • Inclusão da perspetiva da IMH nos exemplares de instrumentos de educação rodoviária disponibilizados para a educação pré-escolar, ensino básico e secundário, e educação de adultos.
- • Realização de ações de sensibilização realizadas no âmbito do Programa Escola Segura sobre a temática da igualdade de género.
- • Realização de ações de sensibilização realizadas no âmbito do Programa Escola Segura sobre a temática da cidadania e não discriminação.
- • Integração da temática da IMH nos conteúdos do curso geral de proteção civil.
- Integrar a perspetiva da IMH na AP
- • Desenvolvimento de programas de capacitação de dirigentes e de quadros técnicos em IMH, incluindo mainstreaming de género.
- • Promoção da linguagem e comunicação inclusivas e livres de estereótipos na AP.
- • Formação sobre a temática da IMH, a abordar em ações de formação do Instituto Nacional de Administração, I. P. (INA, I. P.), na área estratégica de cidadania e participação.
- • Divulgação da Recomendação CM/Rec(2019)1, do Conselho da Europa, de 27 de março de 2019 e de instrumentos de apoio à utilização de uma comunicação inclusiva não sexista.
- Integrar a perspetiva da IMH na contratação pública e no financiamento público (programas europeus, subvenções, linhas de apoio, etc.)
- • Divulgação de regras de contratação, em matéria de integração da IMH na contratação pública.
- Efetivar a promoção da IMH ao nível da AP regional e local
- • Realização de encontros de municípios com planos para a igualdade, para balanço técnico e partilha de boas práticas de políticas públicas locais para a IMH, nos vários domínios de ação política.
- • Mostra da igualdade na vida local.
- • Atribuição de prémio bienal a autarquias locais e iniciativas que promovam a integração da perspetiva da IMH na AP local.
- • Cobertura do território nacional com planos municipais para a igualdade.
- Garantir informação estatística desagregada por sexo
- • Sistematização e divulgação de informação estatística, desagregada por sexo, da AP.
- • Sistematização e divulgação de informação estatística sobre múltipla discriminação.
- • Publicação de infografias com dados estatísticos, desagregados por sexo, que retratem a situação de mulheres e homens a nível municipal, tendo por base os Censos 2021.
- • Mapeamento de indicadores de género ao nível local.
- Consolidar o processo dos orçamentos com perspetiva de género, nos organismos públicos
- • Plano de ação de mainstreming de género na construção de orçamentos públicos.
- • Integração, acompanhamento e avaliação da perspetiva de género na construção do Orçamento de Estado.
- • Empoderar as organizações da sociedade civil.
- • Apoio técnico e financeiro para ONGM.
- • Criação e desenvolvimento de projetos financiados e cofinanciados no domínio da IMH, em articulação com as organizações não governamentais para o desenvolvimento (ONGD).
- Integrar a perspetiva da IMH nas relações internacionais e na cooperação
- • Disseminação de relatórios internacionais na área da IMH.
- • Integração da IMH no desenvolvimento de programas de intercâmbio com os países parceiros com vista ao reforço de competências e à troca de boas práticas.
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Garantir as condições para uma educação e uma formação livres de estereótipos de género.
- Transversalizar de forma efetiva a IMH na educação escolar, contrariando ativamente a segregação sexual nos percursos escolares e opções profissionais de rapazes e raparigas
- • Formação contínua de pessoal docente, de todos os ciclos de escolaridade obrigatória, sobre IMH e a sua transversalização no currículo.
- • Desenvolvimento de projetos, em parceria, de desconstrução de estereótipos no sistema educativo (desde o pré-escolar ao ensino superior).
- • Campanhas para o sistema educativo que contribuam para a desagregação na formação profissional.
- • Distribuição e divulgação do Referencial de Educação para a Saúde por escolas/agrupamentos de escolas e junto do corpo docente, nomeadamente das associações de professores/as.
- • Sensibilização das editoras escolares sobre a integração da IMH e a prevenção do sexismo e do racismo nos recursos educativos, em especial nos manuais escolares, em cumprimento dos documentos curriculares.
- Promover dinâmicas coletivas e organizacionais que garantam a vivência de relações de igualdade entre raparigas e rapazes, nas escolas e outras instituições educativas
- • Apoio à integração da IMH no sistema educativo na ótica da whole school approach, em parceria com organizações estratégicas como IES, CFAE e autarquias, no quadro das políticas locais para a igualdade.
- • Formação de pessoal não docente sobre a influência dos estereótipos sexistas na educação de rapazes e de raparigas nas suas escolhas.
- • Prémio às IES com práticas exemplares na área da igualdade de género.
- • Formação de diretoras/es escolares, e respetivas equipas de coordenação educativa, sobre a integração transversal da IMH na gestão escolar,
- Incentivar práticas educativas, em contextos não formais e informais, de prevenção e combate ao sexismo e de promoção de relações de igualdade entre raparigas e rapazes, nomeadamente no quadro das associações juvenis e desportivas, do voluntariado jovem e da educação familiar
- • Integração da IMH e do combate às relações de poder desigual entre rapazes e raparigas no Programa Namorar com Fair Play.
- • Realização de iniciativas, projetos ou programas, dirigidos às escolas, de combate aos estereótipos sexistas nas opções pessoais, familiares, académicas e profissionais de raparigas e rapazes.
- • Divulgação, junto de pais e mães e de famílias em geral, com crianças em idade escolar, de informação sobre o fenómeno do sexismo.
- • Programa de formação/mentoring New Leaders Sport Leadership – Novas Lideranças.
- Apoiar as IES no combate e prevenção do sexismo em todos os contextos comunicacionais e relacionais e na integração da IMH em todos os ciclos da formação científica
- • Apoio ao desenvolvimento de planos para a igualdade nas IES, em linha com a Estratégia Europeia 2020–2025 para a Igualdade de Género e programa-quadro Horizonte Europa (2021-2027)
- Apoiar a produção de conhecimento científico que permita ampliar e aprofundar o conhecimento (multi)disciplinar sobre mulheres e homens e sobre o nível de efetivação da igualdade entre umas e outros, em todas as áreas sociais
- • Celebração de protocolos de colaboração entre a CIG e IES para apoiar projetos de investigação na área das políticas públicas para a IMH.
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Promover a IMH e não discriminação na I&D e no mundo digital.
- Aumentar a participação das raparigas e mulheres na área digital
- • Iniciativas de desconstrução dos estereótipos profissionais de género nas áreas da ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM) e das tecnologias das informação e comunicação (TIC).
- • Sensibilizar as IES para integrar a perspetiva de género nos curricula das licenciaturas e mestrados em inteligência artificial (IA) e ciência de dados.
- • Estabelecimento de parcerias com as instituições de I&D, centros de difusão e promoção de ciência, tecnologia e inovação, para combater o enviesamento de género nos sistemas IA.
- Mapear de forma georreferenciada medidas e ações de promoção de raparigas e mulheres nas áreas STEM, TIC e IA
- • Criação de uma plataforma.
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Garantir as condições para uma participação plena e igualitária de mulheres e homens no mercado de trabalho e na atividade profissional.
- Promover a IMH no mercado de trabalho
- • Ações positivas para aumento do sexo sub-representado nas diversas áreas e cursos de formação, disponibilizadas pelo IEFP, I. P., e pelos centros de formação protocolados.
- Contribuir para a diminuição das disparidades de rendimentos entre mulheres e homens
- • Avaliação do impacto da lei da igualdade remuneratória (Lei n.º 60/2018, de 21 de agosto).
- • Promoção da formação ao longo da vida, no âmbito das novas profissões ou da alteração dos perfis profissionais no quadro da transição digital e do envelhecimento ativo.
- • Campanha e ações para a promoção da igualdade salarial, no âmbito do Dia Nacional da Igualdade Salarial.
- • Implementação da norma portuguesa relativa a um Sistema de Gestão de Igualdade Salarial, com base na Norma Islandesa IST 85:2012, com publicação do respetivo guia prático.
- Promover a representação equilibrada na tomada de decisão económica e política
- • Avaliação da aplicação da lei de representação equilibrada entre mulheres e homens (Lei n.º 62/2017, de 1 de agosto).
- • Avaliação da aplicação do regime da representação equilibrada entre homens e mulheres no pessoal dirigente e nos órgãos da AP (Lei n.º 26/2019 de 28 de março).
- • Capacitação para a liderança das raparigas e mulheres, bem como de reforço da sua participação cívica e política.
- • Avaliação da aplicação da lei da paridade (Lei Orgânica n.º 1/2019, de 29 de março).
- • Projeto piloto no terceiro setor com vista a aumentar a presença de mulheres nos órgãos sociais.
- Implementar medidas em linha com a Agenda do Trabalho Digno
- • Reforço de ações inspetivas sobre IMH – controlo das garantias mínimas promovendo a dignidade das condições de trabalho e a igualdade de direitos.
- • Livro branco sobre o trabalho doméstico pago em Portugal numa perspetiva de género e interseccional.
- Prevenir e combater a violência e o assédio no mercado de trabalho e na atividade profissional
- • Criação de gabinetes-piloto de apoio e acompanhamento das denúncias de situações de violência e de assédio no trabalho.
- • Realização de ações de informação, formação e divulgação de instrumentos e metodologias para prevenir e combater a violência e o assédio no local de trabalho.
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Promover a conciliação entre a vida profissional, familiar e pessoal e resposta ao desafio demográfico.
- Desenvolver condições que promovam a conciliação e a IMH, nas relações de trabalho e na proteção social
- • Adoção de recomendações para atribuição de valor ao trabalho não pago para o cálculo de compensação em situação de divórcio ou fim de união de facto.
- Reforçar as condições de conciliação da vida profissional, pessoal e familiar na AP
- • Apoio financeiro para as pequenas e médias empresas (PME) e entidades da AP que pretendam implementar um sistema de gestão da conciliação, visando a certificação acreditada do correspondente sistema de gestão.
- • Programa de apoio à criação de soluções de conciliação ao nível da entidade empregadora, pública ou privada.
- • Apoio à implementação de condições técnicas e materiais para o desenvolvimento de modalidades de organização flexível do trabalho nas organizações públicas e privadas.
- • Implementação de condições para o desenvolvimento do teletrabalho na AP, enquanto instrumento promotor de conciliação da vida profissional, pessoal e familiar.
- • Reforço da conciliação entre a vida profissional, familiar e pessoal.
- Reforçar os equipamentos, serviços e incentivos para a conciliação
- • Alargamento do programa imposto sobre o rendimento das pessoas singulares jovem, com o aumento dos benefícios fiscais e da idade elegível.
- Produzir e disseminar conhecimento e informação sobre políticas e programas de conciliação
- • Desenvolvimento de iniciativas de promoção das recomendações dos estudos e produtos do programa EEAGrants Conciliação e Igualdade de Género.
- Promover práticas de mobilidade para a conciliação
- • Distinção de iniciativas que visem a disponibilização de soluções de mobilidade de base local com perspetiva de género.
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Combater a pobreza e exclusão social e promover o acesso à saúde.
- Garantir a proteção e empoderamento/capacitação das mulheres e pessoas em situação de vulnerabilidade social e económica
- • Formação especializada e contínua para pessoal técnico das entidades que integram os Núcleos de Planeamento e Intervenção Sem–Abrigo (NPISA), sobre IMH e não discriminação.
- • Formação e sensibilização sobre direitos e deveres de cidadania, igualdade de género e violência de género, dirigida a pessoal técnico e representantes das instituições que trabalham com a população refugiada, migrantes, afrodescendentes e comunidades ciganas.
- • Promoção do ensino e do combate ao abandono escolar dirigido a crianças das comunidades ciganas, migrantes e descendentes em especial as
- • Desenvolvimento de iniciativas/ações que promovam a inclusão e a IMH junto das pessoas com deficiência, nas organizações e na comunidade.
- • Desenvolvimento de iniciativas/ações que promovam a inclusão e IMH junto das pessoas idosas em organizações e na comunidade.
- • Promoção de ações de sensibilização e formação dirigidas a associações de migrantes, em especial a dirigentes, sobre a discriminação das mulheres imigrantes, negras, afrodescendentes e ciganas.
- Apresentar recomendações para nivelar e harmonizar as proteções antidiscriminação em Portugal, considerando a discriminação múltipla sequencial, aditiva e interseccional. Articula com a medida 223 do PAOIEC
- • Livro branco sobre discriminação múltipla e interseccional.
- • Promover a perspetiva da IMH na investigação e desenho das políticas e medidas de saúde.
- • Introdução da dimensão das relações sociais e interpessoais entre rapazes e raparigas, designadamente sexualidade, hábitos alimentares, consumos, atividade física e questões de imagem nos planos locais de saúde.
- • Levantamento das necessidades dos serviços de obstetrícia e ginecologia e neonatologia do Sistema Nacional de Saúde e implementação de um sistema de monitorização de indicadores obstétricos e perinatais em tempo real.
- • Realização de um estudo de âmbito nacional sobre o impacto da menstruação na qualidade de vida das pessoas e das famílias, que afira, entre outros aspetos, a incidência de doenças, como a endometriose, as várias tipologias de sintomas associados à menstruação, a pobreza menstrual e o grau de literacia da população sobre o tema, com vista à elaboração de um programa de disponibilização de produtos de higiene menstrual e contracetivos.
- • Realização de um estudo de âmbito nacional sobre o impacto da menstruação na qualidade de vida das pessoas e das famílias, que afira, entre outros aspetos, a incidência de doenças, como a endometriose, as várias tipologias de sintomas associados à menstruação, a pobreza menstrual e o grau de literacia da população sobre o tema, com vista à elaboração de um programa de disponibilização de produtos de higiene menstrual e contracetivos.
- • Implementação de programas sobre o impacto dos comportamentos aditivos e dependências na gravidez e no feto.
- • Promover a implementação do Plano de Ação para a Prevenção da Violência no Setor da Saúde.
- • Incluir a dimensão IMH e prevenção do sexismo em campanhas de informação e sensibilização produzidas pela saúde.
- • Implementar planos de igualdade de género nos serviços de saúde.
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Promover a IMH e não discriminação na cultura e na comunicação.
- Prevenir conteúdos sexistas em todos os espaços públicos de comunicação formal e informal
- • Capacitação de profissionais e futuros profissionais na área da comunicação.
- Promover a IMH e não discriminação na cultura e nas indústrias criativas
- • Promoção de formação para profissionais, estudantes e agentes do sector das artes e dos espetáculos.
- • Financiamento de projetos do domínio da igualdade de género no setor da cultura.
- • Dinamização de obras culturais que promovam a IMH.
- Combater o discurso de ódio
- • Aplicação das recomendações constantes da Recomendação CM/Rec (2019) 1, adotada pelo Comité de Ministros do Conselho da Europa, de 27 de março de 2019, relativas ao discurso de ódio sexista nos media, na internet e nas redes sociais.