Sobre o Fórum
Nos dias 24 e 25 de novembro, a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género organiza, em Matosinhos, o II Fórum Portugal contra a Violência | Combate à violência contra as mulheres e a violência de género, este ano com o tema “O papel da comunicação social”.
Pretendemos analisar e debater a importância da comunicação social no reporte dos casos de violência contra as mulheres, mas também a forma como essa informação é relatada.
Os tempos modernos são apressados e o avanço da tecnologia potenciou a aceleração e a urgência da veiculação da informação, por vezes com prejuízo no cuidado com as palavras e as imagens.
Queremos debater com os e as profissionais, como se pode trabalhar melhor a forma de noticiar casos de violência. De que forma se podem criar sinergias entre as pessoas que no terreno acompanham as vítimas e quem tem a responsabilidade de relatar os factos?
No dia 24, às 17h00, vamos dar a conhecer a campanha de combate à violência, que assinala o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres (25 de novembro).
No dia 25, entre as 10h00 e as 17h00, jornalistas e especialistas na área da violência doméstica, juntam-se para refletir sobre o papel dos Órgãos de Comunicação Social no combate à violência e na proteção das vítimas.
Interpretação em Língua Gestual Portuguesa
Programa
24 novembro
17H00
Boas-vindas
Luísa Salgueiro | Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos
Isabel Almeida Rodrigues | Secretária de Estado da Igualdade e Migrações
17H15
Apresentação de vídeos produzidos por escolas de Matosinhos
17H45
Lançamento da Campanha Nacional Contra a Violência Doméstica
Sandra Ribeiro | Presidente CIG
Manuel Albano | Vice-Presidente CIG
25 novembro
09H30
Acolhimento de participantes
10H00
Sessão de abertura
Vasco Pinho | Vereador da Câmara Municipal de Matosinhos
Isabel Almeida Rodrigues | Secretária de Estado da Igualdade e Migrações
10H20
O papel dos órgãos de comunicação social na prevenção e combate à violência doméstica
Moderadora: Sofia Branco | Jornalista LUSA
Alexandra Figueiredo | Entidade Reguladora Comunicação – Estudo “Representações da Violência Doméstica nos Telejornais de Horário Nobre”
Sofia Neves | Universidade da Maia e Centro Interdisciplinar de Estudos de Género (ISCSP-ULisboa) – Estudos sobre o impacto das notícias no fenómeno da Violência Doméstica
Sinopse
Combater a violência contra as mulheres, incluindo a violência doméstica é um dever de toda a sociedade.
O papel desempenhado pelos órgãos de comunicação social é fundamental, pois pode contribuir para a forma como esta problemática é percecionada pela opinião pública.
O modo como se agendam e noticiam casos de violência contra as mulheres, incluindo a violência doméstica, deve ser ética, precisa, factual e contextualizada.
11H30
Debate
11H45
Intervalo
12H00
Noticiar violência doméstica | Perpetuar ou prevenir?
Moderadora: Ana Cordeiro | Jornalista Público
Cláudia Machado | Jornalista Correio da Manhã/CMTV
Joana Ribeiro | Psicóloga e Coordenadora da Estrutura de Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica e de Género
João Fernando Ramos | Diretor TVI/CNN Portugal Norte
José Pinto | Coordenador do Centro de Atendimentos a Vítimas de Violência “Primeiro Passo”
Sinopse
A forma como se comunica uma notícia pode contribuir para uma maior responsabilização e compreensão pública sobre a problemática da violência contra as mulheres, incluindo a violência doméstica, mas também pode contribuir para a sua banalização, descontextualização e até desculpabilização. Pior, pode justificar a agressão devido a comportamentos e atitudes da própria vítima. Relatar factos objetivos faz a diferença. Incidir a responsabilização onde ela existe, ou seja, na pessoa que agride, faz toda a diferença.
Em vários países, como por exemplo no Reino Unido, estão publicadas, por associações de jornalistas, recomendações que visam ajudar a evitar a redação de notícias sobre violência contra as mulheres, incluindo a violência doméstica, de forma sensacionalista ou fora de contexto. Exemplos:
- Não enquadrar um homicídio “depois” do relato de descrição de ações previamente praticadas pela vítima, dando uma falsa lógica de justificação e, ou, nexo causal;
- Não publicar imagens da arma do crime, nem das pessoas envolvidas;
- Evitar detalhes sensacionalistas e gráficos, nomeadamente porque a família vai ler/ver essas notícias e isso afeta a sua dignidade;
- Não revelar informação que comprometa o anonimato das vítimas;
- Incluir o número da linha de apoio a vítimas no rodapé da notícia.
São estas recomendações normalmente seguidas em Portugal? Que recomendações podem ser identificadas como boas práticas? Que reflexões antecedem a publicação de uma notícia relativa a violência? Como tem sido apropriado, na pática profissional, o Guia de boas práticas dos órgãos de comunicação social na prevenção e combate à violência contra as mulheres e violência doméstica, publicado pela CIG em 2019?
13H15
Debate
13H30
Intervalo para almoço (livre)
14H30
Boas-vindas
14H45
Contributos para a prevenção e combate à violência doméstica | O poder da notícia para mudar a sociedade
Moderadora: Ana Guedes Rodrigues | Jornalista CNN Portugal
Carla Cerqueira | Professora Universidade Lusófona/CICANT
Filipe Pinto | Jornalista RTP
Paula Cosme Pinto | Autora do podcast um “Género de Conversa” e da coluna de opinião “A Vida de Saltos Altos” (Expresso)
Simão Freitas | Jornalista LUSA
Teresa Morais | Procuradora da República – DIAP do Porto
Sinopse
Retratar a vítima como tal e não como alguém alvo de uma qualquer medida de coação, ou como a causa (pelos seus comportamentos, atitudes, condição socioeconómica…) do ato de agressão, pode fazer a diferença e evitar o escalamento desta problemática e consequente falta de sensibilização.
A capacitação de jornalistas e responsáveis das redações deve ser encarada como uma necessidade e uma ferramenta de trabalho com repercussões positivas para a prevenção de comportamentos violentos e para a formação da opinião pública.
Os textos, as imagens e reportagens jornalísticas têm impacto! Uma mudança de cultura no sentido da tolerância zero à violência doméstica é uma urgência na nossa sociedade. De que forma podemos trabalhar em conjunto para contribuir para a mudança que a comunicação social pode fazer na sociedade portuguesa?
16H00
Debate
16H15
Conclusões
Sandra Ribeiro | Presidente CIG
Manuel Albano | Vice-Presidente CIG
16H30
Sessão de encerramento
Isabel Almeida Rodrigues | Secretária de Estado da Igualdade e Migrações
Inscrições
Venha participar connosco neste debate.
Localização
Salão Nobre da Câmara Municipal de Matosinhos
Av. Dom Afonso Henriques, 4454-510 Matosinhos
Coordenadas GPS
41.18340119024187, -8.68290532700019