Pós-Graduação sobre Mutilação Genital Feminina vai formar 30 profissionais de saúde
Decorreu no dia 10 de dezembro, na Escola Nacional de Saúde Pública, o lançamento do curso de Pós-Graduação sobre Mutilação Genital Feminina (MGF).
Na cerimónia estiveram presentes a Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, o Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, o Presidente da Administração de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Pisco e a Presidente da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género, Sandra Ribeiro.
Este curso de Pós-Graduação assenta num modelo mais ajustado às necessidades de qualificação de profissionais sobre estas matérias, tendo também em vista a produção de conhecimento. A iniciativa vem relevar o empenho do Governo em envolver todos os setores no combate à MGF, uma grave violação dos direitos humanos das meninas e mulheres.
“O conhecimento aprofundado sobre os problemas e a intervenção eficaz andam sempre de braço dado, por isso é fundamental garantirmos a formação de diferentes profissionais, que podem fazer a diferença na prevenção e deteção de casos de MGF. Esta edição do Curso de Pós-Graduação na ENSP irá permitir qualificar mais profissionais de saúde que trabalham em territórios afetados por esta prática e reforçar o potencial de investigação e de produção de conhecimento sobre esta matéria.”, indica a Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro.
“O papel dos profissionais de saúde é imprescindível para acabar com a dor e sofrimento de quem sofre de MGF. Eles são essenciais para a prestação de cuidados de saúde a vítimas de atos violentos, centrados numa perspetiva reparadora das lesões causadas, quer do ponto de vista físico, quer do ponto de vista emocional. Por isso, temos de continuar a apostar na formação, de forma a ajudar os profissionais de saúde a lidar com este fenómeno”, sublinha o Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales.
A realização desta edição do Curso de Pós-Graduação sobre MGF vai permitir reforçar o projeto Práticas Saudáveis: Fim à Mutilação Genital, um programa enquadrador da intervenção feita em Portugal nesta área e que foi pioneiro ao ancorar a prevenção da MGF nas estruturas de saúde mais próximas da população afetada por esta prática e ao garantir a responsabilização e sustentabilidade deste trabalho ao nível local. Lançado em 2018, o projeto é coordenado em parceria pela Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e o Alto Comissariado para as Migrações, contando hoje com uma equipa estruturada e qualificada de profissionais nos Agrupamentos de Centros de Saúde que o integram (Almada-Seixal, Amadora, Arco Ribeirinho, Loures-Odivelas, Sintra, Cascais, Estuário do Tejo, Lisboa Central, Lisboa Ocidental e Oeiras, e Lisboa Norte), que partilham recursos e atuam em rede na prevenção da MGF, constituindo-se assim como exemplo de intervenção eficaz, capaz de reforçar o trabalho articulado e intersectorial.