Capacitação das mulheres agricultoras é essencial para diminuir desigualdades
Esta foi a principal conclusão a tirar, no decorrer do Seminário “Como aumentar a visibilidade e a participação cívica e associativa das mulheres agricultoras?”, organizado pelo projeto MAIs – Mulheres Agricultoras de Territórios do Interior, que decorreu no dia 27 de maio, em formato híbrido, a partir de S. Pedro do Sul.
Para a Presidente da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG), Sandra Ribeiro, “aumentar a participação cívica das mulheres agricultoras, valoriza o seu papel na participação social” e, consequentemente, “diminui as desigualdades entre mulheres e homens.”
Os mesmos objetivos ambiciosos foram projectados pela Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, que desejou querer “promover a capacitação, o empreendedorismo, a participação e o associativismo das mulheres na agricultura”. Rosa Monteiro salientou ainda “a importância, a nível nacional, de um projeto que é desenvolvido localmente”, dado que o exemplo poderá ser transposto para outras realidades do país.
Também a Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, focou a igualdade entre mulheres e homens como “um princípio fundamental num estado de direito”, sendo necessário levar as mulheres agricultoras até aos “lugares de decisão, aos pólos tecnológicos e às associações.”
MAIs – Mulheres Agricultoras em Territórios do Interior, projeto promovido pelo Politécnico de Viseu, com financiamento do Programa Conciliação e Igualdade de Género, operado pela CIG no âmbito dos EEA Grants, pretende aumentar a participação cívica e associativa das mulheres agricultoras nas regiões do interior, através da sua capacitação, contribuindo para a maior visibilidade do seu papel social e para o aumento da igualdade entre homens e mulheres.
As mulheres agricultoras são um grupo vulnerável, muito invisível, social e politicamente, em particular devido ao envelhecimento, padrões de produção agrícola, organização social (posse da terra, acesso ao crédito, educação, etc.), a que se somam dificuldades associadas às alterações climáticas, degradação ambiental e acesso a novas tecnologias.
O projeto está no terreno desde 2020, com a realização de dois grupos focais com mulheres agricultoras de S. Pedro de Sul e Sabugal.