CIG alerta para a necessidade de prevenção da MGF
A Presidente da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG), Sandra RIbeiro, alertou para a necessidade de prevenção da prática da Mutilação Gemnital Feminina, não só através de ações públicas, mas também, e principalmente, “mediante a capacitação das mulheres e da sensibilização dos homens.”
Sandra Ribeiro falava no âmbito da participação no webinar contra a Mutilação Genital Feminina, subordinado ao tema “Mutilação Genital Feminina: uma Realidade”, organizado pelo Hospital Fernando Fonseca e que decorreu no dia 24 de maio.
A Presidente da CIG aproveitou ainda para desconstruir alguns mitos existentes em redor da MGF, como o facto de ser um aprática religiosa, nomeadamente ligada ao Islão. Trata-se sim, de uma “questão patriacal, cujo objetivo é a subjugação da mulher”, afirmou, terminando com a certeza de que a CIG tudo fará para continuar a “evitar que este fenómeno continue a ocorrer.”
Durante a sessão de abertura, a Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, chamou a atenção para a necessidade de dar visibilidade a uma prática tão nefasta para meninas e jovens raparigas e alertar para a “capacidade de identificação de casos, ou possíveis casos, de forma a proteger as meninas que poderão estar em risco.”
O webinar, contou ainda com a participação de profissionais e responsáveis da área da saúde e de organizações que lidam com esta matéria.
O Hospital Fernando Fonseca integra, desde 2018, o Projeto ‘Práticas Saudáveis – Fim à Mutilação Genital Feminina’, que resulta de um protocolo de cooperação entre a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género, o Alto Comissariado para as Migrações e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.
O grupo responsável pela identificação de casos de MGF do HFF, que organiza este webinar dirigido a profissionais de saúde, atua sobretudo na capacitação dos profissionais de saúde da instituição, através de formações especializadas, para identificar e sinalizar casos, devido à dificuldade de diagnóstico.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a MGF consiste em todas as intervenções que envolvem a remoção parcial ou total dos órgãos genitais femininos externos ou que provoquem lesões nos órgãos genitais femininos por razões não médicas. Mais de 200 milhões de meninas em todo o mundo, com idades entre a primeira infância e os 15 anos, foram vítimas de práticas clandestinas de MGF.