Relatório da Comissão Europeia mostra que Tráfico de Seres Humanos não diminuiu
A Comissão Europeia publicou o seu terceiro relatório sobre os progressos realizados na luta contra o tráfico de seres humanos, documento que fornece uma análise aprofundada dos dados estatísticos da justiça criminal para os anos de 2017 e 2018 registados nos países da União Europeia (UE).
Os dados fornecidos pelos Estados Membros mostram padrões contínuos para este período, nomeadamente no que diz respeito à população feminina.
O tráfico para exploração sexual continua a ser a forma de crime mais prevalente, no qual mulheres e raparigas continuam a ser a maioria das vítimas. Cerca de metade das vítimas são cidadãos da UE, sendo que uma parte importante das vítimas traficadas é-o no seu próprio país. Uma proporção significativa das vítimas de tráfico de seres humanos são crianças e a maioria dos traficantes são cidadãos da UE.
Mulheres continuam a ser as maiores vítimas do tráfico
No total, 26 268 vítimas de tráfico foram registadas na UE entre os anos de 2017 e 2018.
58% de todas as vítimas registadas eram mulheres e a percentagem de crianças entre todas as vítimas representa uma fatia de 32%. Destas, 57% são cidadãos da UE (dos quais 49% são traficadas no seu próprio país) e 41% das crianças traficadas são nacionais de países terceiros. 27% das vítimas de tráfico, foram-no dentro do próprio país.
Quase metade (46%) de todas as vítimas registadas foram traficadas para exploração sexual e quase um quarto (22%) representam tráfico para exploração laboral.
Outras formas de exploração, como a exploração de actividades criminosas, mendicidade forçada, servidão doméstica, remoção de órgãos, fraude de benefícios e outras, constituíram a parte restante (24%).
O tráfico de seres humanos continua a ser um drama vivido demasiadas pessoas
Um grande número de vítimas continua a sofrer com a violência, ameaças e os imensos danos causados pelo tráfico. A existência de tráfico de seres humanos acarreta enormes custos humanos, sociais e económicos, enquanto os traficantes e outros atores que, consciente ou inconscientemente, estão envolvidos em negócios ilícitos na cadeia do tráfico, obtêm lucros enormes.
O relatório também indica que foram realizados progressos valiosos na cooperação transnacional dentro da UE e com países terceiros, incluindo ações operacionais judiciais e policiais transfronteiriças. No entanto, o número de processos e condenações permanece baixo, enquanto o número de vítimas continua alto.