Campanha de prevenção e combate à violência no namoro #NamorarSemViolência
A Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, desafiou o cantor AGIR e seis influenciadores/as digitais para uma iniciativa conjunta com vista a alertar e consciencializar jovens para melhor identificarem e rejeitarem comportamentos de violência em relações de namoro, incluindo aqueles que são exercidos através das redes sociais. Desta parceria resultou a campanha #NamorarSemViolência, que é hoje lançada.
Numa altura em que a pandemia Covid-19 aumentou em cerca de 70% o uso da internet e, com isso, a evidência de mais riscos e exposição a novas formas de violência online, conforme demonstram os dados do EIGE (Instituto Europeu para a Igualdade de Género), a campanha conta com a participação de jovens com presença ativa nas plataformas de maior sucesso entre os mais novos, como o Tiktok e o Instagram. Além do cantor AGIR, também Beatriz Rosa, Carolina Castelinho, Laura Mourinho, Madalena Aragão, Mário Lourenço e Miguel Luz vão alertar para os perigos e cuidados a ter na exposição online através de mensagens vídeo onde são identificados os comportamentos que configuram violência no namoro, especialmente através das redes sociais, e divulgadas as linhas de apoio (800 202 148 e SMS 3060).
Também nesta sexta-feira, foi realizado um webinar, que se enquadra no programa da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia na área da cidadania e da igualdade, e que contou com a participação da Ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, na sessão de abertura, e da Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, na sessão de encerramento. Nesta sessão foram divulgados os dados do Estudo Nacional de Violência no Namoro, da UMAR, e os dados do Observatório da violência no Namoro da Associação Plano I.
Os dados da UMAR mostram que 58% de jovens até ao 12.º ano de escolaridade reportam já ter sofrido pelo menos uma forma de violência e 67% de jovens consideram como natural algum dos comportamentos de violência. Os dados da associação Plano i, cujo estudo incide sobre a população universitária, mostram que 53,8% de jovens já sofreram pelo menos um ato de violência no namoro. Ambas as análises apontam para a elevada prevalência e legitimação de formas específicas de violência como a psicológica, aquela exercida através das redes sociais ou as atitudes de controlo (sobre vestuário e hábitos de convívio, entre outros).
Segundo Rosa Monteiro, “é fundamental darmos o passo que vai da rejeição simbólica da violência para a sua rejeição na vida e nos comportamentos concretos do dia a dia, especialmente com as crescentes ameaças nas plataformas online em contexto de pandemia COVID-19. Envolver figuras de referência influentes em plataformas como TikTok e Instagram é uma estratégia que permite uma aproximação àquele que é hoje um universo determinante na socialização das nossas crianças e jovens. Para alcançar este público temos de falar a sua linguagem”.
A violência é crime público. Apoiar vítimas é uma responsabilidade coletiva. Ligue 800 202 148 ou envie uma SMS para o 3060. A Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género regista, desde o início da pandemia, 1696 pedidos de ajuda nestas linhas.