Pacto Contra a Violência apresentado hoje pretende incentivar mais empresas a apoiar vítimas de violência
Foi hoje apresentado o Pacto Contra a Violência, com o objetivo de dar visibilidade e reconhecimento a um processo de colaboração que tem envolvido entidades públicas e privadas, no sentido de tentar dar resposta a vítimas de violência, trabalho ainda mais dificultado pela situação de pandemia.
O pacto hoje apresentado, é um instrumento “que envolve formalmente as empresas e instituições, entidades empregadoras, que querem estar comprometidas no combate contra violência”, defendeu Sandra Ribeiro. Para a Presidente da CIG, é importante conseguir “oficializar uma lógica de networking que nos permita, por um lado dar visibilidade pública e reconhecimento a esta dinâmica colaborativa, no quadro da responsabilidade social das empresas, mas também consolidar o compromisso das empresas e instituições, entidades empregadoras, para a promoção de práticas de gestão de prevenção e combate à violência doméstica a nível interno, a partir dos locais de trabalho.”
A conferência virtual, que contou ainda com a presença da Ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva e da Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, serviu de mote para lançar bases para uma colaboração futura ainda mais alargada, na qual mais empresas e mais entidades associativas se possam juntar no mesmo esforço de prestar auxílio a vítimas de violência.
Foram também apresentadas algumas ações desenvolvidas pelas entidades parceiras que colaboram desde o início do projecto, como a criação de uma linha de SMS específica para o recebimento de denúncias, o fornecimento de bens alimentares e de primeira necessidade, o alargamento da rede de casas de abrigo a capacitação tecnológica que muitas mulheres não têm ainda, ou o apoio no estabelecimento de contactos com entidades públicas e privadas. Ana Veríssimo, da Fundação Vodafone, Cláudia Mendes da Silva, da Women in Tech, Leandra Rodrigues, do Gabinete de Atendimento à Família e Catarina Oliveira Fernandes, da SONAE MC, falaram das expectativas e do orgulho que tem sido, conseguir dar resposta a exigências tão prementes e, muitas vezes, tão em cima da hora.
Ana Galvão moderou uma sessão na qual se percebeu que estas vítimas são mulheres, que têm de ser apoiadas de uma forma rápida e eficiente, pois são pessoas fragilizadas, com medo e, muitas vezes sem rede de apoio. Mas às quais “é necessário transmitir confiança, mostrar que não estão sozinhas”, alertou Mariana Vieira da Silva.
20 empresas participam já nesse apoio, mas o “objetivo é que a apresentação deste projecto possa dar o exemplo e incentivar muitas mais, numa ação que tem de ser cada vez mais estratégica e abrangente”, conforme assinalou Rosa Monteiro.
Foi ainda apresentado oficialmente o Selo Contra a Violência, uma marca que as empresas aderentes ao Pacto passam a usar, como forma de destaque do trabalho efectuado. Sandra Ribeiro realçou que esta “é uma imagem simbólica que representa a nossa colaboração e união para fazer acontecer a mudança, a nossa vontade e a nossa força para influenciarmos comportamentos e combatermos a violência doméstica.”
No final da sessão foi ainda apresentada a campanha #EuSobrevivi, no âmbito do Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres.