CIG assume compromisso de apoio à prevenção da prática da MGF
A Presidente da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género assumiu o compromisso em continuar a apoiar as associações que se dedicam à prevenção da prática da Mutilação Genital Feminina, dado que “o trabalho faz-se principalmente no terreno, em parceria com as entidades de saude, as autarquias, a comunidade educativa e as associações”.
Sandra Ribeiro, que falava no âmbito da conferência online “Práticas Saudáveis – Diálogos sobre Mutilação Genital Feminina”, destacou o papel importante do projeto Práticas Saudáveis, pois “liga todas as entidades da comunidade em torno da proteção de meninas em risco” e reforçou ainda a abertura de mais uma linha de apoio, no valor de 50 mil euros para projetos de prevenção e combate à mutilação genital feminina.
O Dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina, implementado pela Organização das Nações Unidas, e que se assinala amanhã 6 de fevereiro, tem como lema para 2021 “É tempo de ação global: Vamos unir-nos, financiar e agir para eliminar a Mutilação Genital Feminina”, lembrou Sandra Ribeiro, que salientou ainda a total sintonia com a estratégia de parcerias que caracteriza o projeto Práticas Saudáveis.
Este foco na motivação para a ação foi igualmente reforçado pela Secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade Rosa Monteiro, que destacou o facto de, mesmo em pandemia, se terem realizado “40 ações de formação em torno desta matéria tão sensível”.
O contacto direto com a população e uma articulação entre as associações e as entidades de saúde são fatores muito importantes para a prevenção e deteção de situações desta prática. Esta foi uma conclusão comum a todas a pessoas que trabalham diretamente no terreno, como Diana Chaves, Carla Martingo e Ussumane Mandjam.
O trabalho no terreno, aliás, é de extrema importância para a tentativa de impedimento da saída de meninas do nosso país, conforme demonstrou Ana Beato, do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
Numa sessão bastante participada, as atenções viraram-se também para a comunicação, com a jornalista e Presidente do Sindicato dos Jornalistas, Sofia Branco, a defender a necessidade da existência de “bom jornalismo”, como “essencial para alertar consciências”.
A comunicação é essencial. Daí a necessidade de uma comunicação eficaz, como revelou Sónia Duarte Lopes, que mostrou ainda os muitos mitos que ainda existem em torno da MGF , como as crenças de que a mgf só se realiza em África e que é um costume muçulmano.