Relatório da ONU alerta para as consequências negativas do COVID-19 nas mulheres e meninas
O Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou a preocupação da ONU em relação às consequências sociais e económicas para mulheres e meninas, devido à pandemia COVID-19.
A ONU acaba de lançar o Relatório “O impacto do Covid-19 nas mulheres” que explora a forma como a vida de mulheres e meninas está a mudar perante a pandemia causada pelo COVID-19, e descreve as medidas prioritárias sugeridas para respostas imediatas e os esforços de recuperação a longo prazo.
Na sua mensagem de apresentação deste documento, António Guterres realçou que ao mesmo tempo que houve uma quebra nos empregos remunerados, o trabalho de assistência não remunerado, sobretudo a cargo das mulheres, aumentou exponencialmente como resultado do encerramento das escolas e do aumento das necessidades com a população idosa. Quase 60% das mulheres em todo o mundo trabalham na economia informal, estando agora a ganhar menos, a economizar menos e com maior risco de cair em situação de pobreza. “À medida que os mercados caem e as empresas fecham, milhões de empregos femininos desaparecem”, afirmou o Secretário-geral da ONU.
O relatório mostra como a pandemia pode aprofundar as desigualdades de género. Segundo os dados, no mundo, ao longo da pandemia está a verificar-se um aumento de casos de violência contra as mulheres. Quase uma em cada cinco mulheres no mundo foi vitima de violência no ano passado (2019). “Muitas dessas mulheres estão agora presas em casa com os seus agressores, lutando para aceder a serviços que estão a ter cortes e restrições”, afirmou António Guterres. Neste sentido, o Secretário-geral fez um apelo aos governos para criarem medidas que protejam as mulheres.
António Guterres ainda destacou que o relatório das Nações Unidas já propõe algumas medidas que devem ser direcionadas às mulheres, como o incentivo à liderança de mulheres em cargos de decisão; iniciativas que protejam e estimulem a economia, desde transferências de dinheiro a créditos e empréstimos; com a expansão das redes de segurança social, o trabalho de assistência não remunerado deve ser reconhecido e valorizado como uma contribuição vital para a economia.
Por fim, o Secretário-geral salientou a importância da igualdade de género e dos direitos das mulheres serem essenciais para superar esta pandemia, para que assim, haja uma recuperação mais rápida e a construção de um futuro melhor para todas as pessoas. “O COVID-19 não está apenas a desafiar os sistemas globais de saúde, mas a testar a nossa humanidade comum”, declarou.
Relatório “O impacto do Covid-19 nas mulheres”