OIT: desigualdades salariais são fenómeno persistente no trabalho
Um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apresenta as primeiras estimativas da distribuição dos rendimentos do trabalho e revela que as desigualdades salariais continuam a ser um fenómeno persistente no mundo do trabalho.
Segundo este novo conjunto de dados da OIT, cerca de 10% das/os trabalhadoras/es recebem 48,9 por cento do total das remunerações globais, enquanto que os 50% das/os trabalhadoras/es mais mal pagos recebem apenas 6,4 por cento.
Além disso, os 20% que recebem os mais baixos salários (650 milhões de trabalhadores e trabalhadoras), ganham menos de 1% do rendimento global do trabalho, número que quase não se alterou em 13 anos.
Estes dados mostram que a desigualdade global de rendimentos do trabalho a nível mundial diminuiu desde 2004. No entanto, esta diminuição não se deve à redução da desigualdade dentro dos países. Na realidade, a nível nacional, a desigualdade salarial está a aumentar. A este respeito, os dados mostram que os países mais pobres tendem a ter níveis muito mais elevados de desigualdade salarial, exacerbando as dificuldades das populações vulneráveis.
Segundo Steven Kapsos, chefe da Unidade de Produção e Análise de Dados da OIT, “os dados mostram que, em termos relativos, os aumentos dos rendimentos mais elevados são acompanhados por perdas em todos os outros, com os trabalhadores de classe média e média baixa a terem um declínio nos seus rendimentos.” E continua afirmando que, “no entanto, quando a parte dos rendimentos do trabalho dos trabalhadores de médios ou baixos rendimentos aumenta, os ganhos tendem a ser generalizados, favorecendo todos, exceto os que ganham mais.”
Os dados agora disponibilizados pelo Departamento de Estatísticas da OIT contém informação relativa a 189 países.