Hoje celebramos o Pai Que Cuida dos seus filhos e filha
O Dia do Pai ganha, este ano, um significado renovado. Cada vez mais, assistimos à consolidação de um novo modelo de paternidade: o pai presente, cuidador e envolvido — não só emocionalmente, mas também com direitos reforçados que lhe permitem assumir um papel ativo no crescimento dos seus filhos e das suas filhas.
Portugal tem dado passos firmes nesta direção, através de sucessivas alterações ao Código do Trabalho que colocam a parentalidade no centro da conciliação entre a vida profissional e familiar. Entre as mudanças mais significativas, destaca-se o alargamento da licença parental exclusiva do pai para 28 dias, a criação da licença parental a tempo parcial partilhada entre dois progenitores, e o aumento do subsídio quando essa partilha é feita entre mãe e pai.
Mas estas não são apenas medidas legais: são instrumentos decisivos para quebrar velhos estereótipos de género e abrir espaço a uma verdadeira corresponsabilidade. Dados do Boletim Estatístico da CIG mostram que, em 2022, 45,6% dos homens partilharam a licença parental — um número que tem vindo a crescer, mas que nos lembra também que o caminho para a igualdade ainda está em construção.
Desde 1999, quando surgiram os primeiros incentivos à partilha, muito mudou. Hoje, além do reforço das licenças, os pais têm direito ao teletrabalho com dispensa de acordo da entidade empregadora, proteção contra discriminação e despedimento, o que lhes garante maior flexibilidade para exercerem plenamente o seu papel.
E este impacto estende-se para além das famílias. Estudos do INE revelam que tanto homens (52,9%) como mulheres (45,7%) apontam a flexibilização dos horários de trabalho para mães e pais com filhos pequenos como uma das medidas mais necessárias para alcançar igualdade no mercado laboral.
Estamos a viver uma transformação social profunda. Um movimento que permite que o pai deixe de ser visto como apoio secundário e passe a ser reconhecido como cuidador principal, pilar afetivo e educativo.
Neste Dia do Pai, celebramos não apenas os pais que são, mas, sobretudo, os pais que cuidam. Porque cuidar é também um ato de amor, de responsabilidade, de coragem e de mudança.