A CIG e Município de Loulé assinam Protocolo para o desenvolvimento do projeto “A Escolinha em viagem para a Igualdade”
A Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) esteve presente, no dia 16 de janeiro, na cerimónia pública de assinatura do Protocolo entre a Câmara Municipal de Loulé e a CIG para o desenvolvimento do projeto “A Escolinha em viagem para a Igualdade”.
Este é um projeto, que terá início ainda durante o ano letivo de 2024/25, na Escola Básica do 1º Ciclo com Jardim de Infância Professor Manuel Martins Alves, do Agrupamento de Escolas Padre João Coelho Cabanita e se prolongará por mais 2 anos letivos.
Tem como objetivo principal integrar a igualdade entre raparigas e rapazes de forma permanente e transversal nos diversos domínios da educação formal e não formal proporcionados pela escola e pela sua cultura organizacional.
Para isso contará com o acompanhamento técnico da CIG, que se fez representar neste evento pelas técnicas Isabel Cruz e Isabel Rosinha, e a monitorização e avaliação da Universidade do Algarve.
Trata-se de um projeto pioneiro e de uma experiência piloto, pois será o primeiro do ensino público em Portugal que usará, de forma plena, a metodologia “Whole School Approach”, preconizada pelo Ministério da Educação no âmbito da Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania (ENEC).
Parte do pressuposto de que a cidadania não se aprende apenas por processos retóricos, mas por processos vivenciais e considera a educação para a cidadania e para a igualdade “uma missão de toda a escola”, visando o envolvimento de toda a comunidade escolar, (docentes, pessoal não docente, professores e professoras das AECs, encarregados e encarregadas de educação e famílias), sendo os alunos e as alunas do pré-escolar e 1.º ciclo as crianças destinatárias finais.
A este respeito, o Presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo mostrou-se satisfeito pelo facto do seu município, com o seu “ecossistema para a igualdade”, ser o anfitrião e o território que irá testar esta experiência-piloto que visa “desnaturalizar a desigualdade com que Homens e Mulheres se relacionam na sociedade contemporânea”.
“Os meninos vestem de azul e as meninas de cor-de-rosa… Os meninos brincam com carrinhos e as meninas com bonecas…”. É este tipo de estereótipos sociais, “muitas vezes reproduzidos, alimentados e reforçados por práticas educativas frequentemente inconscientes, que se alicerçam na ideia de mundos separados para meninos e meninas, que limitam a liberdade de escolha de meninos e meninas”, que o projeto pretende desconstruir”, como explicou Isabel Cruz, da CIG.
Integrado no Plano Municipal para a Igualdade e Não-Discriminação do Município de Loulé, assegurará formação continuada e aprofundada a todo o corpo docente e não docente da escola, sobre o tema da igualdade entre mulheres e homens.
O projeto passa ainda pela criação de ambientes educativos igualitários, nas salas de aula e em todos os espaços da escola, tornando a linguagem formal e informal verdadeiramente igualitária.
O protocolo agora firmado aprofunda a parceria que, desde 2020, se estabeleceu entre a CIG e a autarquia de Loulé, tendo em vista o desenvolvimento da igualdade de género no território deste município.
A conselheira local externa para a igualdade, Helena Silva Gomes, falou desse caminho que está na génese deste projeto e que remonta a agosto desse ano, altura em que a autarquia de Loulé e a CIG celebraram um protocolo para a igualdade e a não-discriminação. Foi então criada uma equipa local para trabalhar esta matéria, nomeadamente a elaboração de um Plano Municipal, que viria a ser aprovado em 2023.
“Pensámos que, para promover a igualdade de género de uma forma consistente, era necessário intervir na área da educação e o mais precocemente possível, ou seja, fazer alguma coisa ao nível do pré-escolar, tornar as crianças desde pequenas respeitadoras da igualdade de género”, explicou a conselheira.
O projeto “A Escolinha em Viagem para a Igualdade” enquadra-se nas atuais prioridades nacionais e internacionais relativas à igualdade social entre mulheres e homens, que continuam a ter na educação uma das principais áreas de intervenção estratégica.