Parlamentares entregam a líderes legislativos do G20 recomendações para igualdade de género
Brasília, 06 nov 2024 (Lusa) – Mulheres parlamentares do G20 entregaram hoje aos líderes dos parlamentos do grupo de países das maiores economias do mundo 17 recomendações para promoção da igualdade de género.
Apesar da X Cimeira de Presidentes dos Parlamentos do G20 (P20) só arrancar ocialmente na quintafeira, hoje a Câmara dos Deputados do Brasil acolheu a reunião de Mulheres Parlamentares do P20, na qual foi entregue a Carta de Alagoas, um documento elaborado por deputadas e senadoras de 26 países para a criação de um futuro mais equitativo entre homens e mulheres.
Nesta sessão, a líder da bancada feminina do senado brasileiro, país que preside este ano ao G20 e que convidou Portugal como membro observador, exortou os presidentes dos parlamentos das 20 maiores economias do mundo a seguirem estas recomendações.
A responsável brasileira destacou três recomendações: “justiça climática e desenvolvimento sustentável para as mulheres e meninas, a ampliação da representatividade feminina em espaços decisórios e o combate às desigualdades de género e promoção da autonomia económica das mulheres”.
Em relação à primeira, Leila Barros frisou que os “impactos das mudanças climáticas recaem de forma desproporcional sobre as mulheres e populações mais vulneráveis”.
“Sabemos que a sociedade só pode ser verdadeiramente democrática e justa quando as mulheres estão igualmente representadas nas decisões que impactam as suas vidas e as suas comunidades”, disse, em relação ao segundo ponto.
Por fim, destacou que as “mulheres com controlo sobre as suas rendas [rendimentos] e recursos contribuem diretamente para a diminuição da pobreza e para o crescimento das suas comunidades”.
Mais do que uma carta de intenções, este documento pretende ser um compromisso concreto “que precisa ser sustentado por ações legislativas, políticas públicas e cooperação internacional”, destacou.
A presidência brasileira convidou para a cimeira que decorre até sexta-feira, em Brasília, todos os países lusófonos, sendo que Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Portugal zeram-se representar.
Portugal está representando pelo presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar Branco, que se encontra em Brasília até sexta-feira.
Hoje, vai encontrar-se com o presidente do Senado do Brasil, Rodrigo Pacheco, e com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, regressando depois à Embaixada de Portugal para um encontro com o Conselho Consultivo da Comunidade Portuguesa.
O Brasil assumiu em 01 de dezembro de 2023, e até 30 de novembro deste ano, pela primeira vez, a presidência do G20, sob o tema “Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”, com inclusão social e combate à fome e à pobreza; transições energéticas e promoção do desenvolvimento sustentável nas suas dimensões económica, social e ambiental; e reforma das instituições de
governação global como prioridades.
Na sua presidência, convidou Portugal, Angola, Egito, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Nigéria, Noruega e Singapura para observadores da organização, assim como a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
O G20 é um dos principais fóruns internacionais de cooperação económica e desenvolvimento internacional. Foi estabelecido em 1999 e inclui, desde 2008, uma Cimeira anual, com a participação dos respetivos Chefes de Estado ou de Governo.
Os membros do G20 – EUA, China, Alemanha, Rússia, Reino Unido, França, Japão, Itália, Índia, Brasil, África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Indonésia, México, Turquia e, ainda, a União Europeia e a União Africana – representam as maiores economias, compondo cerca de 85% do Produto Interno Bruto mundial, mais de 75% do comércio mundial e cerca de dois terços da
população mundial.
MIM // MLL
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Fonte: LUSA