Dia Internacional do Cuidado e do Apoio | 29 de outubro
Assinala-se hoje, 29 de outubro, o Dia Internacional do Cuidado e do Apoio, áreas em que continuam a ser as mulheres quem dispensa a parte mais significativa do seu tempo.
Apesar de todas as alterações que se têm vindo a desenvolver nas dinâmicas familiares, as mulheres ainda são as principais cuidadoras quer de descendentes, quer de ascendentes.
E prestar cuidado é um trabalho, só que é um trabalho, na grande maioria das vezes, não remunerado. Mas é um trabalho diário, duro, e que nunca está feito, e que começa todos os dias do princípio, e que não pode ser encarado como uma obrigação natural das mulheres.
E, à medida que a nossa sociedade está a ficar mais idosa, é um trabalho que está a aumentar. É um trabalho que se está a acumular nas costas de cada vez mais mulheres. Nas costas de tantas filhas, tantas esposas, tias, primas, vizinhas e amigas.
E há também que referir o trabalho de cuidado remunerado, que compreende uma vasta gama de pessoas que trabalham a prestar serviços pessoais na área da enfermagem, medicina, assistentes sociais e principalmente cuidadores e cuidadoras profissionais. E que, também aqui, são na sua maioria mulheres, e no caso de pessoas que trabalham como cuidadores e cuidadoras, são principalmente mulheres imigrantes. São, ainda, empregos a que correspondem salários pouco elevados, normalmente colocados ao salário mínimo nacional, entendidos erroneamente como trabalhos não especializados.
Por vezes, a sobrecarga nos cuidados por parte das mulheres tem como consequência a assunção do trabalho a tempo parcial, mesmo quando estas não o desejam, ou com a necessidade de recorrerem a licenças para prestação de cuidados, ou mesmo a faltarem ao emprego ou, até, a optarem pelo despedimento. A consequência, tantas vezes, é a diminuição do rendimento das mulheres, já muitas vezes inferior ao dos homens, para além, dos impactos na sua saúde física e psicológica.
O trabalho de cuidado não remunerado e o trabalho de cuidado remunerado são fundamentais para a sustentabilidade da nossa sociedade e têm um forte peso no desenvolvimento da nossa economia. É tempo de repensar e valorizar a economia do cuidado.