Dia Internacional das Mulheres Rurais | 15 Outubro
No Dia Internacional da Mulher Rural recorda-se que continuam a ser as mulheres as principais responsáveis por metade da produção mundial de alimentos, numa difícil articulação com as alterações ambientais e com o desgaste da biodiversidade.
A atividade agrícola é uma das mais difundidas no mundo e desempenha um papel crucial na produção de alimentos, na proteção do ambiente, na preservação da paisagem, no emprego rural e na segurança alimentar.
Na União Europeia cerca de metade do seu território está classificado como predominantemente rural (51,3 %, em 2012), mas apenas 22,2 % da sua população vive nestas zonas. Em 2014, na UE-28, a agricultura era o sétimo maior empregador de mulheres (3,3 %), setor que foi um pouco superior na criação de emprego para os homens (5,2%). (Fonte: EIGE).
Contudo, estes dados podem induzir em erro, uma vez que não abrangem a economia rural informal, na qual as mulheres ainda estão muito presentes. Uma característica que se mantém neste setor são as marcas de género. Em toda a UE-28 as mulheres agricultoras são proprietárias de explorações agrícolas significativamente mais pequenas do que os homens. (Fonte: EIGE).
A atividade agrícola revela-se um setor que apresenta muitas dificuldades, muitas delas não controláveis pelas pessoas, tais como climáticas, quebras de produtividade, oscilações de mercado, etc.
Reconhecendo que Portugal tem vindo, gradualmente, a perder capital humano na atividade agrícola, continuam a persistir práticas que denunciam assimetrias de género: 31,2% das explorações são geridas por mulheres, enquanto as geridas por homens se situam nos 68,8%. Fonte: EIGE, dados de 2020).
Também a CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal e a Corteva Agriscience, nos revelam que, segundo o Ministério da Agricultura “apenas 33% das mulheres lideram projetos agrícolas e pecuários em Portugal, com uma assimetria salarial de -7,8%.”
Uma reportagem recente da revista Sábado revela que “Portugal é um dos Estados-membros com menor peso de jovens agricultores na União Europeia (1,9% versus 10% da média da UE)”, mas também mostra que há uma nova geração de mulheres que se quer dedicar ao setor agrícola. Apesar de ser um número modesto de mulheres são “altamente qualificadas, determinadas e acima de tudo muito independentes.” (Sábado, 21/08/2024).
Apesar dos valores desmotivadores esta atividade é essencial para a sobrevivência da espécie humana. Atingir a igualdade de género e reforçar o empoderamento das mulheres é contribuir para a luta contra a pobreza extrema, a fome, mas também para o combate às alterações climáticas.