A CIG no Dia Internacional da Educação
A 3 de dezembro de 2018, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou o dia 24 de janeiro como o Dia Internacional da Educação com o propósito de realçar o seu importante papel para se atingir a paz e o desenvolvimento.
A CCF/CIDM/CIG (Comissão da Condição Feminina/Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres/Comissão dará a Cidadania e a Igualdade de Género) ao longo de todo o seu percurso institucional tem atuado de acordo com o Princípio de que “A Educação é um direito humano fundamental” e, consequentemente, elegeu-a como área de intervenção prioritária.
Desde a sua Institucionalização, em 1975, bem como ao longo das suas quatro décadas de existência, esta área, pela sua ação transformadora, tem sido um dos principais eixos orientadores na ação desta Comissão.
No ano de 2022, realizou-se a Cimeira “Transformar a Educação” onde estiveram presentes mais de 130 países que se comprometeram em “assegurar que a educação universal de qualidade se torne um pilar central das políticas e investimentos públicos” uma vez que a educação “É o alicerce das sociedades, das economias e do potencial de cada pessoa.” António Guterres, Secretário-Geral da ONU, reforçou, ainda, que “investir nas pessoas é dar prioridade à educação”.
Contudo o mundo insiste em revelar um deficit acentuado no investimento em Educação de qualidade, tornando-se, por isso, necessário continuar a assinalar este Dia por forma a resgatar meninos e meninas, homens e mulheres, de uma feroz escuridão, em que o sexo feminino é o mais atingido.
Segundo a ONU é essencial apostar na educação das crianças para se conseguir a concretização dos 17 objetivos propostos nos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável); sobretudo no Objetivo 4 (Educação de Qualidade), que lhes permitirá quebrar com ciclos de pobreza, e, no que à CIG diz respeito, no Objetivo 5 (Igualdade de Género), em que, como sabemos, as meninas têm maior dificuldade em aceder a um percurso escolar.
A Comissão, ao surgir, pouco depois da Revolução de Abril, em janeiro de 1975, investiu profundamente nesta área potencialmente regeneradora das sociedades. Numa atitude pioneira, investiu na realização de diferentes projetos que pelas propostas que apresentavam revelaram-se verdadeiramente transformadores, destes destaca-se o projeto “Mudar as atitudes”. Também de forma precursora trouxe à reflexão, da sociedade portuguesa, diferentes trabalhos, nomeadamente o Estudo “Estereótipos em manuais escolares” (Cadernos Condição Feminina, 1979), “O masculino e o feminino em literatura infantil” (CCF, 1982), entre muitos outros.
Hoje, já em pleno século XXI, a Comissão continua a produzir trabalhos de reconhecida qualidade, de que se destaca “Guiões de Educação Género e Cidadania”. Este instrumento de trabalho é composto pelas seguintes diferentes publicações: “Guiões de Educação, Género e Cidadania”, destinados ao pré-escolar, 1.º ciclo, 2.º ciclo, 3.º ciclo do ensino básico, e “Conhecimento, Género e Cidadania no Ensino Secundário”. Este conjunto de materiais científico-pedagógicos destinam-se à integração da perspetiva da igualdade entre mulheres e homens nos currículos dos diferentes ciclos dos ensinos básico e secundário.
De forma a assinalar o Dia Internacional da Educação, no seu “½ Dose de Conversa”, a CIG percorreu aspetos norteadores da sua atuação ao longo de mais de 4 décadas, nomeadamente: a continuidade e a estratégia seguida pela Comissão na área da educação; alguns dos projetos mais impactantes; a consciência de que a desigualdade entre mulheres e homens prejudica toda a sociedade e põe em causa a própria democracia; os desafios que a “Igualdade entre Mulheres e Homens” enfrenta na educação nos dias de hoje?
Veja Teresa Alvarez especialista da CIG na área da Educação à conversa com Ana Borges, Técnica da Comissão, em ½ Dose de Conversa.