Dia Internacional da Rapariga
Celebra-se a 11 de outubro o Dia Internacional da Rapariga que tem como objetivo sensibilizar para as questões de igualdade e violência de género, bem como apelar à reflexão sobre os preconceitos e os estereótipos que colocam entraves na vida escolar e pessoal das raparigas. Procura, também, realçar o papel ativo que as raparigas podem ter enquanto agentes de mudança social. A data foi instituída a 11 de outubro de 2011, pela Assembleia Geral da ONU através da Resolução 66/170.
Este ano comemora-se o 12.º aniversário do Dia Internacional da Rapariga com o tema “Investir nos direitos das raparigas: nossa liderança, nosso bem-estar”.
Em quase todos os países, o patriarcado e a dinâmica do poder proporcionam aos rapazes vantagens comparativamente às raparigas na maior parte dos domínios. Essas vantagens aumentam com o tempo. As normas sociais e de género restringem o acesso das raparigas adolescentes aos espaços públicos, socializam as raparigas para serem submissas e obedientes e reforçam a perceção de que a aparência das raparigas e o papel potencial e real no trabalho de cuidados são mais valorizados do que os seus estudos na escola, liderança nos negócios ou voz na formulação de políticas.
Como resultado destas dinâmicas patriarcais vemos formas nítidas, pelas quais, as raparigas são deixadas para trás em múltiplas dimensões. Por exemplo:
- Quase 1 em cada 4 adolescentes casadas/em união de facto, com idades entre os 15 e os 19 anos, sofreu violência física ou sexual por parte de um parceiro íntimo pelo menos uma vez na vida.
- As raparigas adolescentes continuam a ser responsáveis por 3 em cada 4 novas infeções por VIH entre adolescentes.
- 4 em cada 10 raparigas adolescentes com idades entre 15 e 19 anos que desejam evitar a gravidez não usam um método moderno de planeamento familiar, e a gravidez na adolescência é uma das principais causas de mortalidade de raparigas adolescentes.
- Antes da pandemia da COVID-19, 100 milhões de raparigas corriam o risco de casamento infantil na próxima década. Agora, nos próximos dez anos, mais 10 milhões de raparigas em todo o mundo correrão o risco de casar ainda crianças devido à pandemia da COVID-19.
- Cerca de 90% das raparigas adolescentes e mulheres jovens não utilizam a Internet nos países de baixos rendimentos, enquanto os seus pares do sexo masculino têm duas vezes mais probabilidades de estarem online.
- As raparigas entre os 5 e os 14 anos gastam 160 milhões de horas a mais todos os dias em cuidados não remunerados e trabalho doméstico do que os rapazes da mesma idade. Esta distribuição desigual do trabalho não remunerado intensifica-se na adolescência, com sérias implicações para o bem-estar das raparigas.