Combate à violência doméstica mobiliza empresas e organizações
Os dados oficiais sobre a violência doméstica, divulgados trimestralmente pela CIG revelam que, no primeiro trimestre deste ano, em Portugal, registaram-se:
- 5 vítimas de homicídio voluntário em contexto de Violência Doméstica (3 mulheres, 1 homem e 1 criança).
- 6986 participações à PSP e GNR e 1139 medidas de coação no âmbito do crime de Violência Doméstica.
- a Rede Nacional de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica registou o acolhimento de 1512 pessoas, sendo 53,2% mulheres, 45,8% crianças e 1% homens.
- transportadas 313 vítimas e aplicadas a 4747 pessoas a medida de proteção por teleassistência, no âmbito do crime de violência doméstica.
Para alterar esta situação, a CIG tem vindo a lançar o desafio ao mundo empresarial (público e privado), para que adiram ao Pacto contra a Violência, e venham a ser parceiros de uma causa que é de todas as pessoas e por todas as pessoas.
Na senda deste repto, têm sido várias as entidades a manifestar o interesse em aderir e que têm trabalhado bilateralmente com a CIG na definição conjunta de ações que dão resposta, por um lado, aos objetivos do Pacto e às áreas de negócio e de missão das entidades aderentes.
Assim, neste dia 29 de maio de 2023, aderiram ao Pacto Contra a Violência Doméstica: o Banco Montepio, o El Corte Inglês a L´Oreal, a Nestlé, a RTP – Radio Televisão. de Portugal e a Trivalor e o também o BNP Paribas que, por motivos imprevistos, não pode estar presente nesta cerimónia.
Adicionalmente, diversas entidades assinaram a manifestação de interesse ao Pacto contra a Violência: a Altice Portugal, a Endesa Portugal, o Instituto de Informática, a Mercer, a PARÊNTESES REBELDES, a Parpública, a Sérvulo & Associados, Sociedade de Advogados e o Instituto Superior Técnico.
Tendo já aderido anteriormente ao Pacto, manifestaram intenção de renovar e/ou reforçar esta colaboração os CTT, a IKEA Portugal, a Jerónimo Martins, o E’LECLERC, a Metro Lisboa, a SIBS e a.pt. Várias outras entidades manifestaram o interesse em renovar compromisso com Pacto, mas, por diversos motivos, não puderam estar presentes nesta cerimónia.
A Secretária de Estado para a Igualdade e Migrações,Isabel Almeida Rodrigues, abriu esta cerimónia apelando à mobilização de todas as empresas na sensibilização sobre a Violência doméstica e violência de género, na deteção, sinalização e suporte às vítimas que são acolhidas pela Rede Nacional de apoio a vítimas de violência doméstica.
A importância do apoio das empresas foi bem patente nos testemunhos de crianças, vítimas, e pessoal técnico das casas de abrigo, que realçaram a importância e a diferença que fazem nas suas vidas as ofertas de bens e equipamentos.
Sandra Ribeiro, Presidente da CIG, enfatizou a importância destas parcerias darem visibilidade ao tema da prevenção e combate à violência doméstica, no quadro da responsabilidade social das empresas, quer para dentro das próprias empresas, quer para o espaço público – contribuindo para a narrativa coletiva de tolerância zero à violência doméstica.
Referiu que as empresas podem participar:
- promovendo divulgação de Informação de prevenção dentro da própria empresa destinada a trabalhadores e trabalhadoras;
- apoiando a produção e divulgação pública de campanhas produzidas pela CIG;
- através do apoio direto a vítimas e/ou estruturas de apoio de acordo com o seu core business;
- criando programas de inclusão, no seu quadro de pessoal, para pessoas vítimas de violência;
- ou promovendo outras medidas e ações que difundam a mensagem de tolerância zero à violência doméstica.
Manuel Albano, Vice-Presidente da CIG, apresentou a nova campanha de prevenção e combate à violência doméstica, apelando “a todas as pessoas e organizações presentes para divulgarem esta campanha, porque ninguém pode ficar indiferente à violência doméstica, porque todos e todas temos de assumir o compromisso com os direitos humanos”
Esta campanha mostra que a violência doméstica é recorrente, tem datas que deixam marcas. Procura enfatizar que não são “as desculpas” que “minimizam e normalizam as agressões e que temos de responsabilizar quem agride”.
A campanha será lançada em breve, a CIG conta com a apoio de todas as pessoas e organizações para difundir esta mensagem.