Abriu a terceira unidade de saúde especializada para pessoas Trans
O Centro Hospitalar de Lisboa Central inaugurou hoje a Clínica da Diversidade de Género, que oferece uma resposta multidisciplinar às necessidades de saúde da população trans, facilitando o acesso a estes cuidados de saúde.
Esta unidade especializada, aberta em parceria com o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, alarga a resposta à população trans de Lisboa e Vale do Tejo e do sul do país. Junta-se às unidades dos Centros Hospitalares do Porto e de Coimbra. Está ainda prevista a abertura de outra unidade no Centro Hospitalar Universitário do Algarve.
Em declarações à Agência Lusa, a coordenadora da Clínica da Diversidade de Género, Mariana Silva, refere que esta unidade é “muito orientada para os cuidados e o percurso individual de cada pessoa transgénero” e que contribuirá para a redução dos tempos de espera para realizar intervenções.
Indica que a referenciação para a clínica será feita pelo Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, onde no ano passado 300 pessoas trans estavam a realizar ou a iniciar terapia hormonal, e que o percurso da pessoa transgénero neste Centro será acompanhado por um elemento da equipa de enfermagem que será o elemento “gestor de caso”, uma figura central na organização dos cuidados.
A clínica reúne 14 especialidades. Numa primeira fase a cirurgia mamária, a terapia da voz e a medicina Interna. Posteriormente, a cirurgia maxilo-facial, a urologia, a ginecologia e a cirurgia de reatribuição sexual, que neste momento é realizada em Coimbra.
As respostas especializadas às pessoas trans surgem no contexto das políticas públicas para o setor da saúde, consubstanciada na Estratégia de Saúde para as pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersexo – LGBTI, – Volume 1 – Promoção da Saúde das Pessoas Trans e Intersexo, que desenha o trajeto a seguir no que respeita à melhor preparação de profissionais de saúde para responderem às necessidades de saúde das pessoas trans e intersexo, em particular no que respeita ao acompanhamento clínico e aos eventuais procedimentos médicos e cirúrgicos.
Esta estratégia foi desenvolvida pela Direção-Geral da Saúde, em colaboração com organizações da sociedade civil em que as pessoas LGBTI estão representadas, a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género, as Administrações Regionais de Saúde, o Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra e as Ordens dos Médicos, dos Psicólogos e dos Enfermeiros.