Só em 2052 homens e mulheres deverão ter igual salário
Só daqui a 30 anos é que as mulheres vão receber o mesmo salário médio mensal que os homens nas mesmas funções, indica o estudo Diversidade Equidade Inclusão hoje divulgado, uma iniciativa da Merck, operacionalizada pela Spirituc, empresa de estudos de mercado.
As conclusões foram apresentadas esta tarde na conferência “Diversidade, equidade e inclusão” que contou com a participação da Presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género. Sandra Ribeiro destacou que “as diferenças salariais decorrem de uma outra realidade, que parte da infância”, sendo que isso leva a uma “segregação académica, com as mulheres a seguirem maioritariamente carreiras nas áreas do cuidado ou da educação, enquanto que os homens sentem mais preferência pelas engenharias”, o que leva depois a “um mercado de trabalho segregado.”
Este estudo faz um retrato das evoluções registadas em Portugal, no decorrer da última década, num conjunto de indicadores-chave, abordando dimensões da sociedade tão distintas como o Emprego, a Educação, a Saúde ou a Cultura, sempre, no pressuposto, do foco da análise incidir sobre aquilo que é a diversidade, equidade e inclusão dos cidadãos, em variáveis como, por exemplo, o sexo, a idade ou região.
As principais conclusões deste estudo apontam que:
- “é expectável que apenas em 2052 homens e mulheres recebam o mesmo salário médio mensal para funções homólogas” e essa diferença salarial persista mais três décadas;
- há cada vez mais mulheres quadros superiores, nomeadamente nos conselhos de administração das empresas, e o índice de desigualdade de género tem vindo a diminuir, mas “apenas em 2063 o número de mulheres e homens em posições executivas deverá ser similar”;
- as expetativas para se atingir a igualdade de género nos conselhos de administração são, no entanto, mais otimistas, apontando-se essa paridade para 2033, dentro de 11 anos;
- a presença feminina nos governos tem vindo a aumentar, mas o “o cenário ideal de igualdade só se alcançará em 2027”;
- a partilha da licença de parentalidade de todos os homens com as mulheres, será uma realidade em 2037;
- só em 2045 é que o número de homens cuidadores será equivalente ao de mulheres que se encarregam dessa tarefa.
O Diretor-geral da Merck Portugal, Pedro Moura, citado em comunicado, considera que são dados que “devem fazer refletir sobre as mudanças que ainda são necessárias” para uma verdadeira diversidade, igualdade e inclusão de género”.
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