Apresentação dos resultados do projeto “Gender Pay Gap-E: Os Benefícios Sociais e Económicos da Igualdade Remuneratória entre Mulheres e Homens”
A conferência de encerramento do Projeto “Gender Pay Gap-E: Os Benefícios Sociais e Económicos da Igualdade Remuneratória entre Mulheres e Homens” teve lugar no dia 14 de março a partir do Auditório CGD – ISEG, Lisbon School of Economics & Management, com transmissão em direto através do canal de YouTube do ISEG, contando com cerca de 270 visualizações.
A abrir esta sessão, José Veríssimo, Vice-Presidente do ISEG, deu a conhecer a instituição e as preocupações que envolvem a temática de desigualdade salarial entre mulheres e homens no meio académico, reforçando a necessidade de criação de condições para o debate dentro e fora da instituição. Seguidamente, Tove Bruvik Westberg, Embaixadora da Noruega em Portugal, sublinhou a importância da igualdade de género na Noruega e a participação das mulheres no mercado de trabalho, na vida política e cívica. No que diz respeito às desigualdades salariais, Tove Westberg apontou que o diferencial remuneratório norueguês é maior do que o resto da Europa. A Secretaria de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, participou nesta conferência através de um registo vídeo, agradecendo o contributo da equipa no que respeita à redução do gender pay gap e o seu impacto nos indicadores socioeconómicos.
Terminada a sessão de boas-vindas, iniciou-se a apresentação dos resultados do projeto, no que respeita à eliminação do diferencial salarial em termos de proteção face à pobreza e do ponto de vista do crescimento económico. Nesta sessão, estiveram presentes três membros da equipa do CEMAPRE – Centro de Matemática Aplicada à Previsão e Decisão Económica: Amélia Bastos, Isabel Proença e Francisca Amaro.
Sara Falcão Casaca, coordenadora do projeto, começou por apresentar os diferentes métodos de cálculo do diferencial remuneratório entre homens e mulheres (DRHM) referindo que o mais utilizado afere o diferencial não ajustado (raw). Seguidamente, Amélia Bastos iniciou a análise sobre o efeito da eliminação do diferencial remuneratório entre homens e mulheres em termos de proteção face à pobreza, descrevendo a amostra para o estudo e a metodologia utilizada. Após a sua apresentação, Francisca Amaro referiu as principais consequências do DRHM quer ao nível dos rendimentos da família, quer dos indicadores da pobreza.
Por fim, João Cruz, investigador na Universidade de Surrey analisou, através de videoconferência, o impacto do diferencial remuneratório em termos de crescimento económico. Verificou-se que a eliminação do diferencial favoreceria a participação das mulheres no mercado de trabalho e na economia e levaria ao aumento do investimento. Para quantificar estes impactos, contou-se com a participação de Isabel Proença, evidenciando que a eliminação do diferencial é benéfica para a economia e para o PIB. Para concluir, Isabel Proença mencionou algumas conclusões, tais como uma maior competitividade da economia, na inovação e na criatividade; o estímulo ao crescimento da economia; o reforço dos sistemas fiscal e da segurança social; maior proteção das mulheres em relação a violência doméstica e de género; melhoria do bem-estar e da qualidade de vida das famílias e um ciclo virtuoso de benefícios económicos e sociais.
Depois de um momento para questões, Stefán Ólafsson, professor de Sociologia na Universidade da Islândia e Investigador no Centro EDDA, falou da situação islandesa na última década no que diz respeito à igualdade de género e legislação vigente.
A Professora Sara Falcão Casaca apresentou, seguidamente, o Policy Brief, um dos resultados do projeto que consiste num conjunto de recomendações de política pública, destacando a importância do papel do Estado através de um instrumento legislativo integrado de tenha como princípio estruturante e orientador a desconstrução de estereótipos de género e da concretização de medidas de ação positiva. Virgínia Ferreira, Investigadora do Centro de Estudos Sociais (CES) da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, analisou os resultados obtidos pelo estudo.
A sessão foi encerrada por Susana Ramos, Coordenadora da Unidade Nacional de Gestão EEAGrants Portugal, que apresentou o Mecanismo de Financiamento e as suas áreas de atuação, e por Joana Marteleira, Coordenadora da Equipa EEAGrants, em representação da Presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG).
Assista à gravação do evento.