Nota de Pesar – Armanda Passos
A Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG) vem por este meio manifestar o seu pesar pelo falecimento da artista plástica Armanda Passos (1944-2021). Aos 77 anos, o país perde uma das suas mais notáveis pintoras contemporâneas. Em 2012 foi condecorada com a Ordem de Mérito.
Nascida no Peso da Régua, Armanda Passos licenciou-se em Artes Plásticas na Escola Superior de Belas Artes da Universidade do Porto. Ao longo da sua preenchida carreira foi docente de Tecnologia da Serigrafia no Centro de Reabilitação Vocacional da Granja, monitora de Tecnologia da Gravura na ESBAP (1977-1979), membro do grupo “Série” Artistas Impressores, entre outras atividades.
Começou a expor em 1976, individualmente em 1981. Hoje a sua obra está representada em diferentes coleções privadas e públicas, nomeadamente: Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Oriente, Fundação de Serralves, a Fundação Champalimaud, Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, Museu Amadeo de Souza-Cardoso, Ministério da Cultura, Ministério da Justiça (Palácio da Justiça do Porto; Palácio de Ratton), Museu da FBAUP, Reitoria da U. Porto.
Armanda Passos também representou Portugal em diferentes certames internacionais, de que se destaca: em Heidelberg, V Biennal of European Graphic Art (1988); na Polónia, Exposition Internationale de la Gravure – “Intergrafia 91”; Bélgica, Centre de la Gravure et de l”Image Imprimée, La Louvière, 1992.
O seu trabalho foi alvo de relevantes distinções de que apenas se salienta: 2º Prémio do Ministério da Cultura na Exposição “Homenagem dos artistas portugueses a Almada Negreiros”, Lisboa, 1984; Menção Honrosa no “VIII Salão de Outono – Paisagem portuguesa”, Galeria do Casino de Estoril, 1987; Menção Honrosa no “III Prémio Dibujo Artístico J. Pérez Villaamil”, Museu Municipal Bello Piñeiro, Ferrol, Corunha, 1990; Prix Octogne, Charleville (Mezières, França), 1997.
Segundo Maria Antónia Fiadeiro, Armanda Passos (que só conseguia pintar de dia) trouxe-nos representações de mulheres “possantes e apoderadas. […] cobertas e enroladas por cores garridas”. Estamos perante personagens femininas que “estão de pé, andam, caminham.”. Estão vivas e “São impressionantes, estas mulheres adultas […]. De grande vigor físico e de uma fragilidade que tem a cor de porcelana, nas partes dos corpos que estão ostensivamente nuas, são imperiosas e imperativas e, no entanto, exibem uma candura desconcertante (Artistas, Artesãs, Pioneiras, pp.93/94).