Portugal reassume compromisso em estancar a desigualdade de género
A garantia foi deixada pela Ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, no decorrer do webinar “Igualdade de género como fator de recuperação”, que decorreu no dia 5 de março, e no qual foram discutidos alguns resultados da nota de pesquisa elaborada pelo Instituto Europeu para a Igualdade de Género (EIGE) para a Presidência Portuguesa sobre a igualdade de género e os impactos socioeconómicos da COVID19.
Para a governante, durante esta pandemia “as mulheres têm estado sobrecarregadas de trabalho e a colocar a sua vida em risco”, dado que recaem maioritariamente sobre elas as tarefas ligadas à casa e ao cuidar. Nesse sentido, é notório que o impacto da COVID-19 não é igual para homens e mulheres, pelo que o governo assume focar o seu “trabalho em perceber as implicações da pandemia na vida das mulheres” e em “não deixar as mulheres, invisíveis nas políticas públicas.”
A sessão, moderada pela jornalista Catarina Marques Rodrigues, contou também com a presença da Comissária Europeia Helena Dalli, da Diretora do EIGE, Carlien Scheele, da investigadora do EIGE, Lina Salanauskaite e da especialista em questões de igualdade de género, Lina Coelho.
Para todas, diminuir a desigualdade de género, irá contribuir para uma melhor recuperação da economia, no seguimento da crise pandémica que a Europa atravessa.
O repto foi lançado pela Comissária Helena Dalli, ao assumir ser “necessário iniciar a estratégia de políticas de igualdade de género, como forma de alcançar a recuperação económica”, pelo que foi secundada pela Diretora do EIGE. Carlien Scheele vai ainda mais longe, ao considerar que a igualdade de género deve ser um conceito “convencional e não de exceção.”
É assumido que “o impacto da pandemia é diferente nos homens e nas mulheres”, conforme destacou Lina Coelho, principalmente ao nível do acesso ao emprego e na utilização das tecnologias de informação, uma vez que “as mulheres têm um menor acesso a estes postos de trabalho”, fruto de uma diminuta frequência de cursos ligados às tecnologias. E os dados mostram que “as mulheres jovens perderam mais emprego, em comparação com os homens.”
Desta forma, e numa tentativa de finalmente se prosseguir um caminho em direção à igualdade de género, a Comissão Europeia apresentou no dia 4 de março uma proposta sobre transparência salarial, de forma a garantir que mulheres e homens na União Europeia recebam salários iguais por trabalho igual.