Estudos da UMAR e Plano i revelam que violência no namoro continua a ser uma prática aceitável
Foram apresentados, no dia 12 de fevereiro, os resultados dos estudos levados a cabo pela ART’Themis + da UMAR e pela Associação Plano i, que revelam que 58% de jovens até ao 12.º ano de escolaridade reportam já ter sofrido pelo menos uma forma de violência e 67% de jovens consideram como natural algum dos comportamentos de violência (UMAR).
Os dados da associação Plano i, cujo estudo incide sobre a população universitária, mostram que 53,8% de jovens já sofreram pelo menos um ato de violência no namoro. Ambas as análises apontam para a elevada prevalência e legitimação de formas específicas de violência como a psicológica, aquela exercida através das redes sociais ou as atitudes de controlo (sobre vestuário e hábitos de convívio, entre outros).
Estes números foram apresentados no webinar que serviu de lançamento à campanha #NamorarSemViolência, para a qual contribuíram com videos de sensibilização os/as influenciadores/as AGIR, Beatriz Rosa, Carolina Castelinho, Laura Mourinho, Madalena Aragão, Mário Lourenço e Miguel Luz.
Os/as jovens são o grande alvo desta campanha, pois, como salientou a Ministra de Estado e da Presidência, que abriu a sessão, “é essencial transmitir aos jovens os valores da igualdade entre mulheres e homens, do respeito e da não discriminação. Para Mariana Vieira da Silva a violência no namoro “deve ser prevenida e suprimida”, alertando para o facto de “a violência doméstica e a violência contra as mulheres diz respeito a toda a sociedade.
A Presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, lembrou que, segundo dados do Instituto Europeu para a Igualdade de Género, o assédio online, particularmente em tempos de COVID 19, “afeta particularmente as raparigas mais jovens, muito ativas nas redes sociais (estimando-se que 20% das jovens entre os 18-29 na União Europeia já sofreram assédio sexual online)”, pelo que são os/as jovens a camada da população que mais deve estar atenta a este fenómeno. Para Sandra Ribeiro, “adolescentes e jovens, que nas interações da sua vida pessoal, nas redes sociais, na escola e na família, falam de forma aberta sobre o que é violência no namoro e sobre os seus riscos, estão a agir ativamente contra a violência no namoro. “
Os dados são preocupantes e “é chocante continuar a ouvir os relatos” de quem afirma já ter sofrido atos violentos em relações de namoro. A preocupação é da Secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade de Género, que encerrou a sessão. Rosa Monteiro considera que “ a verdadeira raiz do problema está na dimensão de género e no papel subordinado das mulheres e raparigas na sociedade”, ou seja, é baseado em “comportamentos enraivados desde cedo e baseados em estereótipos que atribuem a relação de domínio e vigor físico aos rapazes e de submissão e emotividade às raparigas.
Os vídeos da campanha #NamorarSemViolência estão disponíveis no canal de YouTube da CIG.