Países reunidos nas Nações Unidas reforçam compromisso com a Plataforma de Ação de Pequim

Mais de uma centena de países assumiram, durante uma reunião de alto nível nas Nações Unidas, o compromisso de adotar políticas efectivas para que a igualdade de género seja cada vez mais uma realidade.

Estes mesmos países assumiram existirem novos desafios que urge ultrapassar, nomeadamente devido à pandemia de COVID-19 que assola o mundo. Aliás, devido à COVID-19, assistiu-se a um aumento da violência contra as mulheres, nomeadamente ao nível da violência doméstica e nas condições de direitos laborais. Prevê-se que, já no próximo ano, 47 milhões de mulheres e meninas sejam lançadas na pobreza, perfazendo um total de 435 milhões nessa situação.

O Secretário-Geral das Nações Unidas aproveitou a sessão para alertar para o que ainda falta cumprir do texto aprovado da Plataforma de Ação de Pequim, nomeadamente a igual representação de mulheres e homens na liderança de governos, empresas, negociações climáticas e processos de paz. No fundo, em todos os palcos onde sejam tomadas decisões que afetem a vida das pessoas. Para António Guterres, “estes objetivos só serão alcançados, mediante medidas concretas e o estabelecimento de quotas.” O Secretário-Geral das Nações Unidas assume mesmo que “esta é uma matéria de direitos humanos e um imperativo social e económico”.

Todos os representantes entendem a necessidade de quebrar barreiras que ainda persistem nas sociedades e entendem que há ainda muito por fazer. Eliminar leis discriminatórias; derrubar barreiras estruturais, normas socias discriminatórias e estereótipos de género – incluindo nos media; reforçar a orçamentação das políticas de promoção de igualdade de género; fortalecer o potencial que a tecnologia e a inovação têm para melhorar as condições de vidas de mulheres e meninas pelo mundo; recolher regularmente estatísticas e reforçar a cooperação internacional, de forma a implementar compromissos com vista à igualdade de género, são medidas urgentes que é necessário aplicar no terreno.

Ainda na senda das políticas que são necessárias, a Diretora Executiva da UN Women, reforçou a necessidade de ter de se avançar fortemente na paridade representativa em todas as esferas da sociedade. Para Phumzile Mlambo-Ngcuka, “são necessários passos de gigante para atingir estes objectivos. As mulheres do mundo confiam nas Nações Unidas e na nossa força para mudar o mundo.”

 

Vídeo sobre os 25 anos da Plataforma de Ação de Pequim