25 de Abril: Relendo “As Novas Cartas Portuguesas”
No dia 25 de Abril, a CIG recorda “As Novas Cartas Portuguesas”, onde Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa apresentam histórias individuais, de várias mulheres, que sofreram diferentes tipos de injustiça – familiar, social, religiosa, etc. – fortemente ancoradas em estereótipos de género.
“Há muitas espécies de tarefas e cada pessoa tem de cumprir a sua tarefa. As tarefas dividem-se em duas espécies: as tarefas do homem e as tarefas da mulher. As tarefas do homem são aquelas da coragem, da força e do mando. […] Depois, há as tarefas das mulheres, que acima de todas está a de ter filhos […] é também tarefa da mulher ser professora e mais coisas, tal como ser costureira, cabeleireira, criada, enfermeira. Há também mulheres médicas, engenheiras, advogadas, etc., mas o meu pai diz que é melhor a gente não se fiar nelas que as mulheres foram feitas para a vida da casa, que é uma tarefa muito bonita e dá muito gosto ter tudo limpo e arrumado para quando chegar o nosso marido…” (Redação de uma rapariga de nome Maria Adélia, nascida no Carvalhal e educada num asilo religioso em Beja in Novas Cartas Portuguesas, 1974: p. 289 e 290)